INVESTIGADORES ITALIANOS ACREDITAM TER ENCONTRADO RESTOS DA MONA LISA (DE CARNE E OSSO)

Mona Lisa (p.), por Leonardo Da Vinci
Fragmentos do fémur, dos ossos do queixo e de um tornozelo: eis os vestígios que uma equipa de investigadores italianos acredita pertencerem à mulher que deu o rosto para a obra-prima de Leonardo da Vinci, a Mona Lisa.

Após vários anos de pesquisas e de escavações num convento em Florença, onde a mulher que terá posado para o pintor morreu em 1542, os investigadores encontraram aqueles que serão os seus vestígios mortais.

A Mona Lisa terá sido um retrato encomendado a Leonardo da Vinci por Francesco del Giocondo, mercador de sedas de Florença, da sua mulher Lisa Gherardini.

Arqueólogos e historiadores italianos começaram a exumar esqueletos em 2011 no convento onde esta mulher passou os últimos anos da sua vida.

Os primeiros oito que encontraram estavam bem conservados, mas os testes de carbono executados revelaram que eram demasiado velhos para terem pertencido a Mona Lisa, relata o Discovery.

Encontraram então mais quatro numa sepultura comum, entre os quais fragmentos de um fémur, ossos do queixo e de um tornozelo que pertencem ao mesmo período em que Mona Lisa viveu.

“É um juntar de elementos, de exames antropológicos a documentos históricos, que nos permitem concluir que os restos pertencem provavelmente a Lisa Gherardini”, salienta o líder da investigação, ohistoriador Silvano Vinceti, citado pelo Discovery.

Os resultados não podem contudo ser comprovados por via de testes de ADN, já que os ossos se encontravam num local demasiado húmido que deteriorou os esqueletos a um tal ponto que não permite a realização destes testes.

A expectativa dos investigadores é que, brevemente, a tecnologia se desenvolva a um ponto que permita confirmar cientificamente e sem sombras de dúvida que os restos encontrados são de facto da mulher que se acredita ter inspirado a Mona Lisa de Da Vinci.

Estudo realizado no Reino Unido encontrou quadro de Leonardo da Vinci com sorriso da Mona Lisa

La Bella Principessa e a Mona Lisa de Leonardo da Vinci
Um novo estudo realizado no Reino Unido encontrou um segundo quadro de Leonardo da Vinci com um sorriso enigmático à imagem da Mona Lisa: a pintura La Bella Principessa.

Este quadro, tal como a obra-prima do pintor, apresenta também um sorriso quase inexistente, que nos foge quando nos concentramos apenas nos lábios e que só percebemos quando olhamos para o rosto como um todo.

Na pesquisa conduzida por Alessandro Soranzo e Michael Newberry, da Faculdade de Desenvolvimento e Sociedade da Universidade Sheffield Hallam, no Reino Unido, levaram-se a cabo várias “experiências psicológicas”, como salientam os investigadores.

As conclusões indicam que “a inclinação da boca da La Bella Principessa parece mudar conforme a Visão à Distância e o Nível de Desfocagem aplicados a uma versão digital do quadro”, segundo notam os autores do estudo.

É a percepção dessa inclinação que “influencia a sua expressão de contentamento, gerando portanto uma ilusão” a que os investigadores chamam o “Incapturável Sorriso”.

O investigador Alessandro Soranzo nota que “uma pequena sombra” próximo da boca de La Bella Principessa e a forma como Da Vinci pintou os músculos da sua face contribuem para a ilusão.

“Se olhar para a pintura de longe ou não directamente para a boca dela, ela parece estar a sorrir, mas se tentar apanhar o sorriso, não consegue, porque quando olha directamente para a boca, o sorriso desaparece”, refere Alessandro Soranzo em declarações divulgadas no canal do Youtube da Universidade Sheffield Hallam.


A ideia dos investigadores é que Leonardo da Vinci fez isto “de propósito” e que estaria “a estudar esta forma de mostrar retratos”. Até porque La Bella Principessa foi pintada antes da Mona Lisa, o que leva Alessandro Soranzo a notar que “a ambiguidade” deste quadro “pode derivar” do primeiro.

Assim, a Mona Lisa seria uma versão mais perfeita desta ilusão do “Incapturável Sorriso” de Da Vinci.

A pesquisa comparou estes dois quadros com um terceiro pintado por Da Vinci na mesma época que não apresenta este sorriso enigmático, o que reforça a tese de que o pintor terá agido deliberadamente criando esta ilusão de óptica. 

Sabia que Michelangelo ficou rico falsificando obras de arte?


Ainda que seu conhecimento sobre História da Arte seja mínimo, é bem provável que você já tenha pelo menos ouvido falar de Michelangelo. Pintor, escultor, arquiteto e poeta, esse artista cheio de talentos tinha outra forma de trabalho: a falsificação.

Quando era jovem, Michelangelo viu nas falsificações de antiguidades uma excelente forma de ganhar dinheiro – esse tipo de trabalho, segundo o Knowledge Nuts, era pelo menos 10 vezes mais rentável do que a pintura ou a escultura em si.

O historiador de arte Lynn Catterson afirma que Michelangelo reproduziu muitos trabalhos antigos e, segundo ele, é muito provável que existam diversas falsificações feitas por Michelangelo ainda desconhecidas, talvez expostas em galerias dedicadas a trabalhos romanos e gregos, como se fossem antiguidades.

Pietà

Naquela época, a falsificação de obras de arte era vista como uma expressão de talento, da mesma forma que era um jeito comum encontrado pelos jovens artistas que precisavam treinar e melhorar seus traços, pontos fortes e suas técnicas. Foi por meio da falsificação que Michelangelo solidificou sua própria carreira.

Malandro, Michelangelo chegava a emprestar desenhos originais para fazer cópia, e entregava a falsificação ao dono da obra, como se ela fosse a verdadeira. O trabalho dele era tão perfeito que ficava praticamente impossível descobrir qual material era o original e qual era o falsificado. Para envelhecer suas pinturas, ele utilizava fumaça.

Quando tinha apenas 21 anos, Michelangelo falsificou a escultura de mármore do Sono de Eros. Para completar o trabalho, ele enterrou a obra, para dar o tom envelhecido, assim como as marcas de arranhões e amassados. Com a ajuda de um vendedor de obras de arte, conseguiu vender a peça por um preço alto a um colecionador de antiguidades, Raffaele Riario.

Uma das pinturas de Michelangelo na Capela Sistina

Assim que descobriu que havia comprado uma obra falsificada pelo preço de uma original, Riario devolveu a escultura de Eros. A essa altura, Michelangelo já estava estabelecido como artista e fazia sucesso graças à obra Pietà, que mostra Maria segurando Jesus em seus braços. A peça de Eros acabou sendo revendida para outro colecionador.

A partir do final de 1800, esses trabalhos de falsificação começaram a ser vistos como imorais – até hoje há muitos falsificadores que trabalham reproduzindo réplicas de obras famosas porque seus trabalhos originais ainda não foram reconhecidos. O problema é que muitos especialistas em arte acabam falsificando os documentos das obras, o que deixa praticamente impossível detectar qual obra é original e qual não é.

Com medo de processos judiciais, muitos especialistas evitam opinar sobre a originalidade de algumas obras de arte, o que ajuda a manter algumas falsificações no mercado até hoje. E você, já sabia que Michelangelo tinha começado sua carreira copiando trabalhos de grandes artistas?

Uma escultura de fronteira

Entre a pintura e a escultura, a obra de Ana Santos interroga as disciplinas artísticas.

Se algo fica da visita a esta exposição de Ana Santos é o sentimento de estarmos perante um limite formal e conceptual, uma fronteira entre aquilo que é escultura e aquilo que definitivamente já não o é. Trata-se de uma série de trabalhos em pequeno formato onde a artista utilizou placas irregulares de pedras ornamentais – mármore, travertino, granito e calcário, entre outras – e as inseriu numa forma rectangular de parafina feita, muito provavelmente, num molde em forma de caixa. Findo o processo, pendurou-as na parede, pedindo-nos a nós implicitamente, e também silenciosamente, para definir o que na escultura existe de pintura, e aquilo que a pintura tem de escultura.

O conceito não é novo. Donald Judd e os seus colegas minimalistas foram os primeiros a tentar trabalhar esta ambiguidade, de outra forma, é certo, e também com objectivos muito diferentes daquilo que aqui vemos. Na altura, tratava-se de distinguir autoritariamente a arte norte-americana da europeia, através da definição de uma “tradição” que remontaria à Grécia e da negação de tudo o que se pudesse relacionar com ela. A perspectiva, a representação, o significado iconológico e categorias tão diversas como a ideia de monumento, de “material nobre” e por aí fora foram rejeitadas. Daqui resultou uma arte transparente em relação aos valores da sociedade norte-americana. Impositiva, geometrizante, masculina, até, como foi então acusada, e obviamente destruidora das fronteiras académicas entre as diferentes disciplinas artísticas, deixou e deixa ainda larguíssima descendência dos dois lados do oceano, e isto apesar dos 50 ou 60 anos que distam da sua criação.

Mas voltemos à obra de Ana Santos. A relação com o Minimalismo fica-se nesta colocação numa fronteira formal e lexical entre duas tradições tão fortes como a que a pintura e a da escultura formaram. De resto, na sua obra, que tem vindo regularmente a ser mostrada em Portugal e pontualmente no estrangeiro, caracteriza-se habitualmente por esta valorização de materiais pobres, humildes, que provavelmente passaram por um processo de invisibilidade pública em algum momento da sua vida. Aqui, é quase impossível não pensar nos restos de pedras ornamentais utilizadas na decoração de interiores mais ou menos pretensiosa da classe média urbana. Noutras ocasiões, como na exposição que antecedeu o Prémio Novos Artistas Fundação EDP que ganhou em 2013, lembramo-nos de pequenas hastes de madeira encostadas à parede, ou outras peças que pareciam submeter-se a uma vontade de intervenção mínima no espaço. E, por aqui, mesmo que não fosse por nenhum outro meio, já se compreende como a obra de Ana Santos se distancia, e muito, da assertividade dos objectos de Judd ou Morris.

Em Lisboa, no espaço da galeria onde agora se mostra o seu trabalho, esta tentativa de apresentar uma intervenção reduzida à mínima existência permanece. As dimensões das peças não ultrapassam nunca as poucas dezenas de centímetros. Obrigam-nos a um olhar muito próximo da parede, o mesmo olhar que concederíamos, por exemplo, a uma miniatura. Este é também o único olhar que permite distinguir veios e matérias minúsculas na pedra, aqui disposta como se de uma pintura se tratasse, ou pelo menos como se estivessemos perante um suporte para a projecção fantasmática de imagens. Neste sentido, e porque a artista foge incessantemente à definição da sua obra, pensamos no trabalho de um coleccionador de objectos invulgares para uma hipotética wundercamera do nosso tempo histórico. Ou ainda, nos percursos de uma respigadora, procurando na humildade dos detritos a forma significante que poderá ser arte. No fundo, a pesquisa de Ana Santos é esta: um processo sem fim de definição da arte.

Exposição inédita apresenta obras do pintor e escultor espanhol Joan Miró

Joan Punyet, catalão neto de Joan Miró 
e curador da exposição.
"Joan Miró - A força da matéria" fica até 16 e agosto no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

A Santíssima Trindade das artes plásticas da Espanha inclui Pablo Picasso, Salvador Dali e Joan Miró. Este último talvez seja o menos famoso do trio, porém, não menos relevante.

Desde domingo, a obra do catalão está em exposição para o público brasileiro numa grande mostra organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Porém, antes da abertura oficial e das filas que já estão se formando na porta do instituto no bairro de Pinheiros, Zona Oeste da capital, a reportagem do A Cidade conferiu de perto a exposição.

Montada de forma cronológica, “Joan Miró – A Força da Matéria”, traz um recorte de cerca de 50 anos de produção. Foi delineada pela Fundação Joan Miró, com sede em Barcelona, onde o artista nasceu, e apresenta obras nas técnicas de pintura, gravura e escultura.

A surpresa durante a visita monitorada dedicada à imprensa, na última sexta-feira, foi a presença do neto do catalão, Joan Punyet Miró, um dos curadores da fundação. Alegre e extrovertido, Joan deu uma aula sobre o trabalho do avô enquanto mostrava o acervo em exposição no Instituto Tomie Ohtake. São 112 obras do artista espanhol, sendo 48 delas de colecionadores e duas inéditas, nunca expostas.

“Miró era um artista difícil de se qualificar. Por isso a mostra traz vários momentos distintos de sua produção, que começa lá nos anos 1920, num período e que vivia com dificuldades em Paris. Em seus quadros, você percebe figuras torturadas, mas com símbolos poéticos”, explica o curador.

Atelier

Décadas depois, Miró tornou-se um pintor e escultor renomado. “A Força da Matéria” conta com trabalhos dessa fase prolífica, que teve seu grande momento nos anos 1950, quando o espanhol já contava com um amplo ateliê em Mallorca, na Espanha.

“O espaço do ateliê lhe permitiu trabalhar com obras de grandes formatos, onde pintava vários trípticos [conjunto de três telas com a mesma temática]”, conta o neto.

A mostra traz ainda várias esculturas do catalão, num período em que ele buscava novos caminhos para sua arte. Joan Punyet diz que Miró utilizava bronze do século 4 A.C. para suas peças, o que dá um aspecto antigo, mas ao mesmo tempo moderno ao trabalho. “O bronze, para ele, era uma forma de criar figuras para a eternidade”, diz Punyet. O repórter viajou a convite da Arteris, patrocinadora da exposição.

‘O mais surrealista de todos’, diz neto

Apesar de não ter seguido rigorosamente uma escola artística, Joan Miró é considerado por muitos um representante do surrealismo. Mas suas telas abstratas têm pouco a ver com o trabalho de outros célebres surrealistas como Salvador Dali ou Magritte.

“Porém, Miró era o mais surrealista de todos porque ele era uma metáfora viva, com sua mão livre, quase pré-histórica. Miró é um artista que não deixou seguidores e nem escolas”, garante Joan Punyet. 
Para quem não está acostumado com o estilo muitas vezes minimalista do espanhol, pode estranhar seus desenhos quase infantis. Mas Punyet não deixa dúvidas. “Para Miró, o mais importante não era ver o mundo com os olhos, mas sim com o coração. Era um poeta das telas”, ressalta.

Serviço
Joan Miró - A Força da Matéria 
Até 16 de agosto no Instituto Tomie Ohtake (Av. Faria Lima, 201 - SP)
Ingressos a R$ 10
nf.: (11) 2245-1900

Tudo começou por causa de uns canos estragados numa casa de banho.

Museu Faggiano em Lecce, Itália
Tudo começou por causa de uns canos estragados numa casa de banho. Depois de azulejos e paredes partidas, Luciano Faggiano e os seus filhos encontraram um tesouro arqueológico que deu origem ao mais carismático museu de Lecce, em Itália.

Neste país banhado pelo Mediterrâneo, qualquer escavação pode levar a vários achados arqueológicos – e foi isso mesmo que aconteceu com a família Faggiano, que descobriu, por trás da parede de uma casa de banho, uma cidade da época messápia, ou seja, de 500 anos antes da conquista dos romanos.

Foi em 2000 que esta família começou as obras na residência, que tinha estado arrendada, visando transformá-la num restaurante típico italiano. Havendo um problema com os canos da casa de banho, Luciano Faggiano e os seus filhos começaram a partir azulejos e paredes, e foi então que se depararam com a extraordinária descoberta.

Andrea Faggiano, um dos filhos do sortudo pai de família, conta à BBC que, nos últimos anos, já encontraram “mais de cinco mil peças de cerâmica” de várias épocas históricas.

As escavações feitas no local chegaram aos 15 metros de profundidade e, entre as descobertas arqueológicas, estão ossários, tanques e desenhos datados de há 2.500 anos.

Em 2001, depois de os boatos da descoberta terem alastrado pela vizinhança, a autarquia de Lecceordenou o término nas escavações, que decorriam de forma ilegal, pretendendo tomar conta da situação. Volvido um ano, as autoridades ainda não tinham feito nada, e Luciano Faggiano ofereceu-se para continuar as escavações com a supervisão de arqueólogos.

O Museu Faggiano acabou por ser inaugurado em 2008 e foi uma ideia do patriarca da família. Está aberto ao público em pleno centro histórico de Lecce e pode fazer-lhe uma visita virtual através do vídeo que se segue.

Máscara de Tutankhamon restaurada com supercola

A barba colada da estátua do faraó Tutankhamon
A barbicha da famosa máscara mortuária do faraó Tutankhamon ter-se-á partido acidentalmente e foi restaurada com supercola, deixando marcas visíveis. O Museu Egípcio, no Cairo, nega o incidente, afirmando tratar-se de uma medida de conservação.

A barba da máscara mortuária de Tutankhamon ter-se-á partido por descuido durante uma rotineira operação de manutenção. Segundo relatos de trabalhadores do Museu Egípcio, no Cairo, as ordens foram para que a máscara fosse rapidamente reparada. Arranjada à pressa com um tipo de supercola, o pedaço ficou mal colado e, na tentativa de raspar a cola com uma espátula depois de seca, a máscara ficou riscada.

Foi assim que o artefacto de mais de três mil anos, possivelmente o mais icónico dos tesouros conservados no Museu Egípcio do Cairo, ficou permanentemente danificado, com um remendo visível: entre o queixo do faraó e a barba nota-se agora uma substância translúcida e amarelada.

Um conservador do museu que não quis identificar-se, alegando que receava ser despedido, descreve que “o que aconteceu foi que uma noite, quando tentavam arranjar a luz da vitrina, pegaram mal na máscara e a barba quebrou-se”. O funcionário anónimo descreve que “tentaram arranjar a máscara durante a noite com o material errado, mas não ficou bem colada e voltaram a colá-la na manhã seguinte, muito cedo”.

O problema, conclui, foi terem querido restaurar máscara “em meia hora, quando precisavam de dias”.

De acordo com fontes do Huffington Post, o incidente terá acontecido em outubro. Segundo o jornal árabe Al Araby Al Jadeed, citado pelo site, a luz da sala onde a máscara está exposta tem agora menos intensidade, de forma a tentar esconder o defeito.

Um conservador, citado pela Sky News, explica que “infelizmente o trabalhador utilizou um material extremamente irreversível. Epóxi tem propriedades muito fortes para colar e é utilizado em metal ou pedra, mas penso que não era apropriado para um objeto magnífico como a máscara dourada de Tutankhamon”.

O atual diretor do Museu do Cairo, Mahmoud el-Halwagy, no entanto, garante que a barba nunca se quebrou e que nada aconteceu à máscara de Tutankhamon desde que ele próprio iniciou o seu mandato em outubro. O responsável não nega que o objeto tenha sofrido uma intervenção e reconhece que já tinha reparado nas marcas deixadas, mas diz que não se tratou de um arranjo – foi, antes, de uma espécie de medida preventiva.

Mahmoud el-Halwagy alega que “muito antes” de ter assumido funções como diretor os conservadores do Museu do Cairo decidiram reforçar a barba com uma substância adesiva, devidamente autorizada pelo ministério egípcio das Antiguidades. “O problema é que é muito visível”, reconhece o diretor.

A famosa máscara de Tutankhamon

Sapateiro 'Seu Alves' expõe trabalho na Galeria Estoril

Mostra terá 20 telas assinadas pelo sapateiro e artista urbano. Seu Alves é conhecido por escrever mensagens em muros e calçadas.
Uma das figuras mais conhecidas pelos fortalezenses, o sapateiro 'Seu Alves', vai expor telas na Galeria Mário Barata, no Estoril, na Praia de Iracema. A abertura da exposição "Sapateiro Alves: amigo do pobre, conhecido do rico" será nesta sexta-feira (13), às 19 horas. A mostrA tem curadoria de Bárbara Cariry e Diego Pontes e traz 20 telas assinadas pelo sapateiro e artista urbano.
Uma das telas da exposição de Seu Alves (Foto:
Divulgação/PMF)

Esta será primeira vez que o trabalho do artista será apresentado ao público em uma exposição individual. De acordo com os curadores, a proposta da exposição é reverenciar a obra que vem sendo construída por Seu Alves, há mais de dez anos, pelas ruas de Fortaleza. A mostra ficará em cartaz até o dia 30 de abril, com visitações de terça a domingo, das 9h às 22h.

Uma das telas da exposição de Seu Alves 
Honorato Alves Pereira nasceu em 1930, no município de Tauá e passou a infância em Flecherinha. Hoje conhecido como Sapateiro Alves ou Seu Alves, é chamado por uns de poeta dos muros do Papicu e por outros de artista urbano. Com pincel e tintas, Seu Alves estampa com mensagens sobre o cotidiano muros e calçadas que circundam a sua oficina de conserto de sapatos, na Avenida Engenheiro Santana Júnior, próximo ao terminal de ônibus do Papicu. Sobre as mensagens que escreve, ele responde: "É pra mostrar para as pessoas que tem gente de coração bom".


No fim de semana, o Estoril também recebe a Feira de Artes, a partir das 16h do domingo (15). A programação reúne expositores de várias expressões artísticas, incluindo fotografia, antiguidades, gastronomia, moda, artesanato, entre outros. O público que comparecer ao evento tem a oportunidade de adquirir obras diretamente com os criadores.

Serviço:
Abertura da exposição "Sapateiro Alves: amigo do pobre, conhecido do rico"
Onde: Galeria Mário Barata - Estoril (Rua dos Tabajaras, 397 - Praia de Iracema)
Fortaleza Ceára Brasil
Visitação: Terça-feira a domingo de 9h às 22h. Até 30 de abril
Mais informações: 3105.1386
Entrada franca

Áustria rejeita entregar obra prima de Klimt roubada pelos nazis

O Friso de Beethoven, Gustav Klimt, 1902
Uma das mais preciosas obras de arte da Áustria, o Friso de Beethoven, ficará por agora no país, depois de especialistas terem esta sexta-feira rejeitado o pedido de restituição dos descendentes dos ex-proprietários, judeus a quem os nazis a roubaram.

O Conselho Consultivo para a Restituição de Arte “recomendou por unanimidade a não-devolução do ‘Friso de Beethoven’, de Gustav Klimt, aos herdeiros de Erich Lederer“, disse o presidente daquele organismo, Clemens Jabloner, à imprensa em Viena.

O fresco, com 34 metros de comprimento, dois metros de altura e pesando várias toneladas, é considerado uma das principais obras-primas da ‘art nouveau’ vienense do início do século XX.

O painel de especialistas rejeitou os argumentos de que uma proibição de exportação tinha obrigado Lederer a vender a obra ao Estado austríaco em 1972, ao preço de 691.000 euros, classificado pelos seus herdeiros como ‘de saldo’.

Mas Marc Weber, advogado do escritório suíço de advogados Lanter Rechtsanwaelte, que representa alguns dos herdeiros, disse à agência de notícias francesa, AFP, que o painel de especialistas tinha “misturado os factos”.

“Estamos agora a considerar a hipótese de levar o caso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e/ou para o dos Estados Unidos”, disse Weber.

10 museus para visitar na Espanha em 2015

O Museo Guggenheim Bilbao, na cidade basca de Bilbau, é um dos cinco museus pertencentes à Fundação Solomon R. Guggenheim.
Entre eles estão o Museo Nacional del Prado, o Museo Picasso Málaga, o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía e o Teatro-Museo Dalí.

A Espanha é um dos países europeus mais procurados para viagens, por ter programas para todas as idades, uma ampla diversidade cultural, vários monumentos históricos incríveis e uma vida noturna bastante agitada. Grandes atrações para seus visitantes são os enormes castelos espalhados pelo país, que fazem qualquer um voltar no tempo como se estivesse em um conto de fadas.

Para aqueles que não podem deixar de fazer uma visita a um museu durante a viagem, uma boa notícia: a Espanha está repleta deles. Em cidades como Bilbao, Figueres, Málaga e Valência, é possível encontrar exposições incríveis de assuntos que vão de história à ciência. Já Madri, tem, na lista a seguir, dois de seus principais centros culturais, o Museo Nacional del Prado e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía.

Esses lugares atraem os mais diversos tipos de pessoas, como as admiradoras de algum artista em especial ou as curiosas em saber mais sobre um período histórico. Por exemplo, o Museo Picasso Málaga tem seu acervo dedicado ao pintor Pablo Picasso, com 285 obras doadas pela sua família; o Museo Nacional y Centro de Investigación de Altamira é um centro para a conservação, pesquisa e difusão da caverna de Altamira, além de contar com uma reprodução fiel do local original; e o Ciudad de las Artes y de las Ciencias foca na arte, ciência e tecnologia e tem seis ambientes imersivos para seus visitantes.

Confira, abaixo, 10 museus incríveis para visitar na Espanha:

Sediado em Madri, o Museo Nacional del Prado é o mais importante da Espanha e um dos mais importantes do mundo.




Museo Nacional del Prado – Sediado em Madri, esse museu é o mais importante da Espanha e um dos mais importantes do mundo. Quem mandou construí-lo foi o antigo Rei Carlos III. Foi inaugurado em 1819 com o planejamento do arquiteto Real Juan de Villanueva, para que fosse destinado à ciência e abrigasse o Gabinete de História Natural. O seu acervo conta com pinturas, esculturas, desenhos, estampas e artes decorativas de artistas como Correggio, Diego Velázquez, Esteban Murillo, Rembrandt e El Greco. O Museo Nacional del Prado abre de segunda-feira a sábado, de 9h às 20h, e aos domingos e feriados, de 10h às 19h. O ingresso de entrada custa € 14 por pessoa.

O Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía é um dos museus de arte moderna mais importantes na Espanha.



Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía – Também conhecido como Centro de Arte Moderna Reina Sofia, esse é um dos museus mais importantes de arte moderna na Espanha. Inaugurado em Madri em 1992, recebeu seu nome em homenagem à Rainha Sofia, que governou o país de 1975 a 2014. Hoje ele possui coleções incríveis de arte do século 20 com obras de vários artistas mundialmente conhecidos. Entre os destaques estão a "Guernica" e a "Mãe com menino morto" de Picasso;"Monumento Imperial a uma Pequena Menina" e "O Homem Invisível" de Salvador Dalí; e "Dançarina Espanhola" e "Caracol, Mulher, Flor e Toalha", de Juan Miró. Além disso, o museu também conta com uma grande biblioteca especializada em arte, com mais de 100 mil livros e documentos, 3500 gravações de áudio e cerca de mil vídeos. O Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía abre às segundas, quartas, quintas, sextas-feiras e sábados, de 10h às 21h, e aos domingos, de 10h às 19h, com sua entrada a € 8.

Museo Nacional de Escultura – Esse museu pertence ao Colégio de São Gregório, e fica na cidade de Valladolid. Ele foi criado como Museu Provincial de Belas Artes, e abriu em outubro de 1842, com primeira sede no Palácio de Santa Cruz. Depois, por causa de um ótimo acervo, foi qualificado como Museu Nacional, reunindo esculturas do período da Idade Média até o século 20 e de artistas famosos, como Alonso Berruguete, Juan Martínez Montañés e Diego de Siloé. O Museo Nacional de Escultura abre de terça-feira a sábado, de 10h às 14h e de 16h às 19h30, e aos domingos e feriados, de 10h às 14h, com seu ingresso a € 3.

O Museo Guggenheim Bilbao é um dos cinco museus que pertencem à Fundação Solomon R. Guggenheim no mundo, ao lado dos de Nova York, Las Vegas, Veneza e Berlim


Museo Guggenheim Bilbao – Esse é um dos cinco museus que pertencem à Fundação Solomon R. Guggenheim no mundo, ao lado dos de Nova York, Las Vegas, Veneza e Berlim. Seu design diferente foi projetado pelo arquiteto canadense Frank Gehry, que cobriu toda a estrutura com superfícies de titânio. O Guggengeim Bilbao foi construído para revitalizar a cidade de Bilbao e, hoje, é um dos lugares mais visitados da Espanha. Suas exposições mudam constantemente, e são, principalmente, de obras do século 20. A única permanente é a "The Matter of Time", composta por esculturas em aço do artista americano Richard Serra. O Museo Guggenheim Bilbao abre de terça-feira a domingo, de 10h às 20h, e o preço da entrada é € 10.

O Teatro-Museo Dalí é uma homenagem autêntica ao surrealismo, por ter uma arquitetura bem diferente e ser especialmente dedicado a Salvador Dalí.


Teatro-Museo Dalí – O local é uma homenagem autêntica ao surrealismo, por ter uma arquitetura bem diferente e ser especialmente dedicado a Salvador Dalí. O museu fica na cidade natal do artista, em Figueres, e costumava ser um teatro, onde as primeiras exibições públicas do artista aconteceram. Durante a Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939), o prédio foi bombardeado e ficou em ruínas durante décadas, até Dalí e o prefeito local decidirem reconstruí-lo em 1960. Aberto em 1974, o Teatro-Museo possui a maior e mais diversificada coleção de obras do artista, contando com esculturas, colagens, mobiliário e outros trabalhos. Além dessas peças, ele também guarda uma pequena seleção de outros pintores, como Antoni Pitxot, que se tornou diretor do museu depois da morte de Dalí. Para visitar o Teatro-Museo Dalí é preciso reservar um horário no site oficial e comprar as entradas que custam, em média, € 12.

Museo Nacional y Centro de Investigación de Altamira – Esse museu é um centro para a conservação, pesquisa e difusão da caverna de Altamira, em Santillana del Mar, e foi nomeada um Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Lá os visitantes podem participar de oficinas de tecnologias pré-históricas e ver a exposição permanente "Os Tempos de Altamira", onde veem objetos antigos do local e de outras cavernas, como a El Morín, a El Juyo e a El Rascaño. Por causa do grande número de pessoas que queriam conhecer a caverna e a grande lista de espera para isso, houve a ideia de construir uma réplica dela. Assim, em 2001, foi criada a Neocueva, uma reprodução bastante fiel da original. Dentro dela é possível ver cópias de famosas pinturas do teto da caverna, em que foram usadas as mesmas técnicas de desenho, gravura e pintura dos pintores paleolíticos. O Museo Nacional y Centro de Investigación de Altamira abre, de maio a outubro, de terça-feira a sábado, de 9h 30 às 20h, e aos domingos e feriados, de 9h 30 às 15h. De novembro a abril, ele funciona de terça-feira a sábado, de 9h 30 às 18h, e aos domingos e feriados, de 9h 30 às 15h. A entrada custa € 3.


Dedicado à arte, ciência e tecnologia,o Ciudad de las Artes y de las Ciencias é um complexo arquitetônico, cultural e de entretenimento que fica na cidade de Valência.


Ciudad de las Artes y de las Ciencias – Dedicado à arte, ciência e tecnologia, esse museu é um complexo arquitetônico, cultural e de entretenimento que fica na cidade de Valência. Toda a construção foi desenhada pelos arquitetos espanhóis Santiago Calatrava (que também projetou o Museu do Amanhã, do Rio de Janeiro) e Félix Candela, e a inauguração aconteceu em abril de 1998. Em seu interior, os visitantes encontram seis ambientes: um planetário, um museu interativo de ciências, uma trilha de caminhada com plantas que também tem uma galeria de arte, o maior aquário oceanográfico da Europa, uma casa de ópera, uma ponte que vai para a rua Menorca e uma praça coberta. Para participar dos diversos programas que o museu oferece, é preciso agendar uma hora e comprar os ingressos no site oficial, que custam em torno de € 12.

Inaugurado em 2003, no Palácio Buenavista, o acervo do Museo Picasso Málaga conta com 285 obras doadas pela família de Picasso.


Museo Picasso Málaga – Na cidade de Málaga, onde nasceu o famoso artista Pablo Picasso, não poderia faltar um museu dedicado a ele. Inaugurado em 2003, no Palácio Buenavista, o acervo conta com 285 obras doadas pela família de Picasso, como pinturas, esculturas, desenhos, entalhamentos e peças de cerâmica. Os trabalhos expostos reúnem estudos acadêmicos ao cubismo e, lá, também há uma livraria e um arquivo com mais de 800 publicações sobre o artista, documentos e fotos. O Museo Picasso Málaga abre todos os dias, de 10h às 18h, e a entrada custa € 8.

Museo Nacional de Arqueología Subacuática – Na cidade de Cartagena, fica a mais nova sede do Museu Nacional de Arqueologia Subaquática, inaugurada em 2008, com o projeto do arquiteto Guillermo Vázquez Consuegra. O museu se dedica a conservar os materiais arqueológicos relacionados ao tráfego marítimo no Mediterrâneo de séculos atrás. Na exposição, se destacam os restos dos barcos fenícios, de uma antiga civilização, do século 7, e parte de seu carregamento, encontrados na cidade de Mazarrón. O seu fica aberto, de 15 de abril a 15 de outubro, de terça-feira a sábado, das 10h às 21h, e aos domingos e feriados, de 10h às 15h. Do dia 16 de outubro ao dia 14 de abril, ele funciona de terça-feira a sábado, de 10h às 20h, e aos domingos e feriados, de 10h às 15h.


O Museo Nacional de Arte Romano é um centro de pesquisas e difusor da cultura romana, onde ficam os achados arqueológicos da antiga cidade Augusta Emerita.
Museo Nacional de Arte Romano – O prédio, que é obra do arquiteto Rafael Moneo, foi inaugurado em 1986 e é um centro de pesquisas e difusor da cultura romana, onde ficam os achados arqueológicos da antiga cidade Augusta Emerita. Além disso, o lugar recebe congressos, colóquios, conferências, cursos, exposições e outras atividades de âmbito nacional e internacional. Como parte do Conjunto Arqueológico de Mérida, a construção é considerado um Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Para saber os horários de visita é melhor checar o site oficial antes, pois eles variam bastante. O ingresso de entrada custa € 3.

Esculturas de sucata e telas de pintura moderna e abstrata em exposição

Toyotrom / Luiz Carlos Melo
Peças estão em centros de compras de Caruaru, no Agreste pernambucano. Confira os horários e dias de visitação; o acesso aos dois eventos é gratuito.

Dois eventos de arte ocorrem em centros de compras de Caruaru, no Agreste pernambucano. A mostra de quadros do artista plástico Gibson Gomes / United Photo Press - Painters segue até dia 28 na Praça de Eventos do Polo Caruaru. E a exposição "Do Sertão à Ficção", de Luiz Carlos Melo, ocorre até 1 de Março no shopping Difusora.

A mostra deste artista conta com 30 peças feitas a partir de sucata. São reproduções de animais, plantas e cenas do cotidiano do interior. O destaque é para um gigante de três metros de altura e cerca de uma tonelada: um personagem do filme "Transformers", intitulado por Luiz Carlos de "Toyotrom". Mais de 15 partes de um automóvel foram utilizadas na confecção. Há ainda uma réplica de um monstro do filme "Alien versus Predador". A exposição é gratuita e ocorre no terceiro piso do centro de compras, de segunda à sexta-feira, das 10h às 22h.

Natural de Brejo da Madre de Deus, a inspiração deste artesão surgiu da observação de peças que sobravam do “alongamento do Toyota Bandeirante”. “Luiz Carlos Melo ficou em terceiro lugar noranking das peças mais votadas da Galeria de Reciclados da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) com a obra Simplicidade Nordestina”, de acordo com a assessoria de imprensa do Shopping Difusora. Ainda segundo este departamento, também é possível conferir algumas das obras do artista no Museu do Barro de Caruaru.

Já no Polo Caruaru, ao todo são 10 telas de arte moderna e abstrata, bem como réplicas de artistas consagrados. O responsável é natural de Palmares, Mata Sul, e se dedica há 18 anos ao segmento. O interesse pela pintura surgiu do gosto por colecionar cartões telefônicos de telefones públicos. “As imagens me chamavam muito a atenção, então, eu comecei a tentar reproduzi-las. Para me aprimorar, comprava revistas de pinturas nas bancas de jornal”, conta Gibson Gomes por meio da assessoria de imprensa do Polo Caruaru. A visitação é gratuita e ocorre de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h.

Palácio Nacional de Sintra


O Palácio Nacional de Sintra é o monumento que melhor sintetiza os muitos anos de História de Portugal, desde o domínio árabe e da conquista cristã até à implantação da República.

A sua arquitectura que atravessa diversas épocas e estilos, bem como a sua magnífica colecção de azulejos, são características únicas que atraem inúmeros visitantes, ao que é hoje um dos monumentos mais visitado do País.

História

Como disse o Conde de Sabugosa no seu livro O Paço de Sintra "Da primitiva edificação do Paço, do nome do seu fundador, são todos conformes em dizer que nada se sabe ao certo".

A sua origem árabe é aceite pela generalidade dos especialistas, e a sua utilização pelos reis da dinastia Afonsina é comprovada por documentos reais, datados e firmados por quase todos eles. É no entanto impossível descrever o que estaría edificado até ao reinado de D.João I, por manifesta falta de documentação.

A designação «Os Paços da Raínha» passou a ser corrente ainda em finais do século XIV, e, é provável que então tenha sido iniciada uma campanha de obras de reconstrução do antigo alcazar.

É com bastante segurança que se pode afirmar que durante o reinado de D. João I se construiram as cozinhas, a sala dos cisnes (então conhecida como sala grande ou dos infantes), o eirado da audiência, a sala da pêgas e outras divisões que fazem ligação com a capela, que também foi alvo de grandes obras.

Já no século XVI, D. Manuel I mandou edificar toda a ala manuelina, reconhecível pela decoração característica das suas janelas, bem como a magnífica sala dos brasões. Este rei é também responsável por outros melhoramentos, entre os quais se destaca a decoração azulejar, tão do seu gosto.

As três campanhas de construção a que aludimos, são sem dúvida as mais marcantes, sendo que as obras neste palácio se estenderam por muitos outros reinados, havendo também muitos trabalhos de restauro que contribuiram para que este monumento mantivesse a dignidade e beleza, que ainda hoje podemos admirar.

Factos

D. Afonso V nasce no dia 15 de Janeiro de 1432, no Paço Real de Sintra, mais precisamente na Sala das Colunas também referida como das Duas Irmãs, situada mesmo por baixo da Sala dos Brasões. Este rei viría a falecer quarenta e nove anos mais tarde, exactamente na mesma sala onde nascera.

No último dia de Agosto de 1481, três dias depois da morte de D. Afonso V, era aclamado rei D. João II, no Paço de Sintra, na altura com pouco mais de vinte e seis anos de idade. De facto, esta é a segunda proclamação já que a primeira tinha acontecido anos antes, ainda em vida de D. Afonso V, na cidade de Santarém.

Foi em Sintra que D. Manuel I recebeu a notícia da descoberta do caminho marítimo para a Índia, dada por Nicolau Coelho.

A 20 de Setembro de 1674 chega ao Paço de Sintra, D. Afonso VI. Chegado do seu cativeiro na Ilha Terceira, para aqui passar também em cárcere os últimos nove anos da sua vida.

Em 21 de Setembro de 1885 na Sala das Pêgas, foram homenageados Capelo e Ivens num jantar oferecido por D. Luís.

Na manhã de 5 de Outubro de 1910 D. Maria Pia abandonou o paço, a caminho do exílio, com honras de uma guarda de caçadores e escoltada por lanceiros, às ordens do alferes D. Fernando Pereira Coutinho.


Portugal tem a biblioteca mais bonita do mundo


A biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é considerada a mais bela do mundo pelo conhecido portal norte-americano Book Riot, dedicado exclusivamente aos livros. Depois de eleger a Livraria Lello, no Porto, como a mais bonita do planeta, Portugal volta a conquistar os EUA com a incrível biblioteca escondida no interior deste monumento nacional. 

É encantadora, lê-se. E o que a torna ainda mais impressionante são as técnicas com que é feita a preservação dos livros e como os protegem de serem danificados por insetos. Há 500 morcegos dentro daquela biblioteca. Durante o dia, estes ficam guardados dentro de caixas, mas à noite são libertados para se alimentarem dos insetos que por ali andam. Ao todo, chegam a comer o dobro do seu próprio peso em insetos, havendo também lendas de ratazanas gigantes que, à noite, saem da biblioteca por um túnel subterrâneo que a liga a uma zona pesqueira nas imediações. 

Destaque também para o magnífico chão coberto de mosaicos em rosa, cinzento e mármore branco e para as estantes, todas elas num estilo Rococo, dispostas ao longo das paredes laterais, separadas por uma varanda com corrimão em madeira. Estas últimas contêm mais de 35.000 volumes, com capas forradas a couro, incluindo algumas das maiores jóias bibliográficas.

O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais importantes bibliotecas portuguesas, com um valioso acervo de c. de 36.000 volumes, verdadeiro repositório do Saber. De destacar algumas obras raras como a colecção de incunábulos (obras impressas até 1500) ou a famosa “Crónica de Nuremberga” (1493), bem como diversas Bíblias ou a primeira Enciclopédia (conhecida como de Diderot et D’Alembert), os Livros de Horas iluminados do Séc. XV e ainda um importante núcleo de partituras musicais de autores portugueses e estrangeiros, como Marcos Portugal, J. de Sousa, João José Baldi, entre outros, especialmente escritas para o conjunto dos seis órgãos históricos da Basílica. 

A atestar a importância desta colecção, uma Bula concedida pelo Papa Bento XIV em 1754, para além de proibir sob pena de excomunhão, o desvio ou empréstimo de obras impressas ou manuscritas sem licença do Rei de Portugal, concede-lhe autorização para incluir no seu acervo os livros proibidos pelo Index. O maior tesouro de Mafra é a sua biblioteca, com chão em mármore, estantes em estilo rococó e uma coleção de mais de 36.000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, graças à acção da Ordem Franciscana, incluindo uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões. 

Abrange áreas de estudo tão diversa como a medicina, farmácia, história, geografia e viagens, filosofia e teologia, direito canónico e direito civil, matemática, história natural, sermonária e literatura. Situada ao fundo do segundo piso é a estrela do palácio, rivalizando em grandiosidade com a Biblioteca da Abadia de Melk, na Áustria. Construída por Manuel Caetano de Sousa, tem 88 m de comprimento, 9.5 de largura e 13 de altura. 

O magnífico pavimento é revestido de mármore rosa, cinzento e branco. As estantes de madeira estilo rococó, situadas em duas filas laterais, separadas por um varandim contêm milhares de volumes encadernados em couro, testemunhando a extensão do conhecimento ocidental dos séculos XIV ao XIX. Entre eles muitas jóias bibliográficas, como incunábulos. Estes volumes magníficos foram encadernados na oficina local, também por Manuel Caetano de Sousa.

O apelo da arte na natureza


Sugiro uma visita ao Cam para ver a exposição Animália e Natureza que se irá prolongar ao longo do novo ano construída a partir do universo iconográfico de temas clássicos na paisagem; nos bichos e nos elementos: terra, água, fogo e ar. Trata-se de uma mostra que reúne 60 obras de artistas nacionais e internacionais desde a pintura, desenho, escultura, fotografia e vídeo, que se debruçaram sobre este vasto tema quase infindável, fonte tão apetecível para os criadores no plano do imaginário. As evocações artísticas surgem onde a natureza desponta e nasce como experiência física incorporada do artista.

Existe uma interligação, relação deliberada com a memória e o enredo dos trabalhos de pintura na retrospectiva de António Dacosta, que também ali está presente no ano do centenário do nascimento do pintor, funcionando como um ponto de partida do conceito da mostra. De facto, antes de entrarmos no espaço expositivo na sala da nave, deparamo-nos com a série de painéis com desenhos ampliados de Dacosta de um coelho em andamento a olhar para o relógio de bolso I’m late remetendo para o universo de Alice no País das Maravilhas, acompanhado de Não há passado nem futuro. Só há espaço no mundo como se se tratasse de um prólogo a ambas as exposições. Este trabalho do pintor açoriano faz parte integrante de um painel de azulejos na estação do Cais do Sodré.


“O mistério aparece não a partir do que se vê mas do que é sugerido”

Na exposição figuram obras com um enfoque temporal a partir da década de 60 até à actualidade, sendo preponderante as peças bidimensionais, pertencentes ao acervo do CAM. No plano metodológico, encontramos no campo da história de arte uma casa desarrumada, porque o que as liga é a temática como mola impulsionadora e fio condutor da mostra e não assente no estilo e geração dos artistas. 

Entre os autores de renome, aparecem os consagrados: Graça Morais, Júlio Pomar e Paula Rego; é de referir a escolha acertada de um quadro de Pomar onde figura precisamente o retrato de Dacosta de quem foi amigo e impulsionador do seu regresso à pintura. É de destacar um número significativo de obras dum mesmo criador contrastando com trabalhos solitários, a presença de Julião Sarmento surge no hall, como um cartão de visita, uma instalação em madeira Amazônia com a forma de uma casa rudimentar, sem janelas nem tecto, por onde se espreita entre as ranhuras das tábuas; 

O Leopardo Gelado em técnica mista e composições em grafite e gesso acrílico. Existem peças curiosas que há muito anos não as víamos expostas, com um carácter experimental mas nem por isso deixam de possuir qualidade e valor plástico tanto individualmente como integradas no percurso já firmado do artista como a escultura Veado de F. Fernandes; a composição Africa 1 e 2 – Bicho Empalhado de L. Moura. Na maior parte deste espólio reconhece-se o estilo do autor como a escultura de Francisco Tropa; os cavalos de Miguel Branco num trabalho de desconstrução sucessiva a partir de George Stubbs, que se encontram justamente numa lógica do percurso expositivo junto do filme surpreendentemente belo White Horse de Lida Abdul, artista afegã, onde paira uma certa estranheza. 

O cavalo escuro funciona como uma metáfora de uma tela quando o ator o pinta de branco para de seguida transformá-lo num objecto de consumo. É bom para o negócio, os turistas gostam do branco, diz o pintor. Produz imagens de um prazer estético, especialmente na cena em que a figura humana molha o pincel no rio e a água tinge-se de branco, em tons aguarelados e leitosos, não se importando contudo de poluir a própria natureza. 

Quanto ao elemento o fogo foi bem escolhido através das fotografias To Turn Around de G. Albergaria inspiradas no vaguear nos arredores de Berlim ou a escultura de Carlos Nogueira e o filme de A. Palolo. Existe um conjunto de peças de reconhecido mérito que são particularmente expressivas e bem resolvidas no plano plástico como nas Folhas Caídas em Poças de Rio de A. Goldsworthy, uma escultura de chão sua em arenito; saliento os pormenores dos animais de B. Pacheco. É no suporte do Desenho, pela sua técnica, que a mostra se torna imprescindível, com o conjunto de trabalhos de Jorge Castanho, os únicos que não pertencem ao acervo do CAM, que realiza num estudo minucioso de uma técnica apurada em torno de insetos voadores que se metamorfoseiam com o elemento figurativo; simples apontamentos em pequeno formato de F. Calhau, e o vídeo Walk Through que anuncia o rebentar das ondas das águas do mar. 

Na pintura não deixam de estar incluídas obras densas como o óleo de Campbell; na sábia composição minuciosa de Amourous e nas soberbas Paisagens de Rui Vasconcelos que se distinguem pela delicadeza de elementos numa profunda reflexão das florestas vindas do romantismo.


Manuela Synek

Parece fotografia mas é pintura a dedo


Olhar a imagem acima e não se impressionar é praticamente impossível: que “foto”, não é mesmo? Mas e se nós disséssemos que de foto essa imagem não tem nada? Na verdade, trata-se de uma das obras da artista americana Zaria Forman, que é especialista em criar paisagens realistas usando apenas as pontas dos dedos.


A inspiração para meus desenhos começou na infância, quando eu viajava com minha família por lugares inóspitos, que eram objeto de trabalho da minha mãe, que é fotógrafa. Depois da faculdade, comecei a exibir minhas obras em galerias pelos Estados Unidos e além-mar.

Usando tinta pastel e muita sensibilidade, Zaria é capaz de traduzir com precisão aquilo que os olhos capturaram na infância. Mas ainda assim ela afirma que o fotorrealismo não é seu objetivo.


Desde criança, sempre gostei de retratar aquilo que meus olhos enxergam. Fotorrealismo não é minha proposta. Eu simplesmente busco recriar o cenário da maneira mais honesta que puder, de forma que os espectadores se sintam transportados para esses lugares remotos que, provavelmente, não terão a chance de ver pessoalmente.

Incrível, não?



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Os kremlins da Rússia (turnês virtuais 360º)


KULTURIART inicia a publicação de uma série de turnês virtuais pelos kremlins (fortalezas) da Rússia. 

O ponto de partida dessa viagem é o Kremlin de Moscou, um monumento arquitetônico ímpar, intimamente ligado à história da Rússia. 

O Kremlin de Moscou é a residência oficial do Presidente da Federação Russa e o principal símbolo do país.

(click na legenda da foto e faça o seu passeio virtual)


O Grande Palácio do Kremlin foi construído para o czar Nicolau I entre 1838-1850 no lugar do palácio da imperatriz Elizaveta (Isabel), que por sua vez tinha sido edificado sobre as fundações do palácio de Ivan III. A construção foi dirigida por Konstantin Ton, o fundador do estilo arquitetônico neobizantino russo. Os cinco salões solenes foram denominados de acordo com as cinco ordens honoríficas russas: São Jorge, Santo André, Santo Alexandre, São Vladimir e Santa Catarina.



O Palácio das Facetas foi edificado por Marco Fryazin e Pietro Antonio Solari para Ivan III em 1491. Inicialmente ele fazia parte de um conjunto já desaparecido dos palácios Naberezhnaia (Fluvial), Dourado e Grande (mais tarde “das Facetas” devido à cobertura da sua fachada principal com pedras brancas facetadas). Este tipo de palácios eram construídos na Rússia para as receções e banquetes. Em 21 de junho de 2012 o palácio foi aberto a visitas públicas.



O Palácio dos Terems foi construído em 1635-1636, durante o reinado do czar Mikhail (Miguel), pelos mestres Bazhen Ogurtsov, Trefil Sharutin, Antip Konstantinov e Larion Ushakov. Como piso térreo foram usados os restos das oficinas dos palácios do século XVI. Os aposentos do czar ocupavam o segundo piso do palácio e eram constituídos por quatro câmaras de dimensões relativamente pequenas.



O Palácio Estatal do Kremlin, que foi anteriormente o Palácio dos Congressos, foi construído em 1961 sob direção do arquiteto Mikhail Posokhin, com o apoio de Nikita Khruschev, no local do antigo edifício do Arsenal. A sua construção demorou apenas 16 meses, porque a sua inauguração foi planejada para a abertura do XXII Congresso do PCUS. Além dos congressos, conferências e reuniões, o auditório do Palácio se destinava à realização de festivais e representações de artes cênicas: espetáculos de ópera, balé e concertos.



O Kremlin de Moscou está localizado no monte Borovitsky na margem esquerda do rio Moscou. As primeiras fortificações, rodeadas por um fosso e um aterro, surgiram neste local em 1156. Em 1238, durante a invasão mongol, o Kremlin foi destruído. Em 1339 foi construído de novo e as muralhas e torres existentes foram construídas em 1485-1516. Hoje o Kremlin alberga a residência oficial do Presidente da Rússia assim como muitos monumentos históricos.